"Brincando com fogo" emociona, mas não é muito engraçado - DELTA | Cultura online

"Brincando com fogo" emociona, mas não é muito engraçado

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O longa que estreia nessa quinta-feira tem John Cena como protagonista


SINOPSE: Jake Carson (John Cena) é um bombeiro extremamente dedicado e rigoroso, que não aceita que algo ocorra fora das regras impostas pela corporação. Ao resgatarem as crianças Bryan (Brianna Hildebrand), Zoey (Finley Rose Slater) e Will (Christian Convery), Jake e seus companheiros de trabalho enfrentam um enorme desafio: como não conseguem localizar os pais do trio, precisam eles mesmos cuidar das crianças, mesmo sem ter o menor cacoete para a função.

Ficha Técnica
Data de lançamento 12 de dezembro de 2019 (1h 36min)
Direção: Andy Fickman
Elenco: John Cena, Keegan-Michael Key, John Leguizamo
Gêneros: Família, Comédia
Nacionalidade: EUA
Título original: Playing With Fire
Distribuidor: PARAMOUNT PICTURES

Crítica
"Brincando com fogo" se propõe como comédia, apesar de decepcionar nesse gênero, mesmo sendo uma trama válida para uma sessão da tarde. Em um programa com a família, é uma boa pedida. Levemente divertido, a trama funciona mais para emocionar, que na comédia em si.
Apesar de elenco de peso, como John Cena e Keegan-Michael Key,  os personagens adultos são todos caricatos, e o roteiro entrega mais uma história clichê e previsível. É na caricatura que o filme tenta entregar a comédia, um bombeiro rigoroso a ponto de ser, o tempo todo, o tiozão"; outro que é prestativo à exaustão; o amedrontador que não pronuncia palavras, e o chef que erra todas as receitas e os autores das frases que pronuncia. Nada novo em Hollywood. 
Esmiuçando minha opinião, o conflito principal começa não quando os bombeiros precisam cuidar das crianças, mas quando Carter recebe a proposta de emprego tão sonhada e, além de preencher um formulário, precisa deixar tudo em ordem para uma inspeção que acontecerá na segunda. Neste momento, fica claro que ele precisará controlar as crianças para que elas não destruam toda a base deles, mantenha tudo em ordem, até a inspeção. 

Carson, personagem vivido por John Cena, é tão sério com seu trabalho, que parece não saber realizar quase nenhum tipo de interação humana, com alguém que não seja bombeiro. Esse primeiro estereótipo não consegue tirar risos do público, mas consegue emocionar quando o personagem, em meio a sua seriedade, fica comovido e sensibilizado pelas crianças. 
Keegan Michael Key é outro que poderia ter sido melhor utilizado, havendo um aprofundamento psicológico mais denso que apenas revelar que antes era um contador salvo por Carson, justificando o por quê de ser tão puxa-saco. O que acontece é que esse puxa-saquismo, apesar de ter alguns momentos de comédia, gera uma certa irritação. O personagem poderia, simplesmente, ser desenvolvido para ser menos co-dependente, sem prejudicar nenhuma das piadas.
As crianças dão um show de atuação e aqui não há do que reclamar. O roteiro, por sua vez, é fraco. Nada novo em crianças atrapalhando rotinas de pessoas que "aprendem muito com elas". Mas, considerando que é um filme família e que não se propõe a ser inovador, e que realmente escolhe personagens caricatos como recurso, então o longa-metragem alcança seus objetivos. Para mim, o sofrimento dos personagens é o que melhor tocou os espectadores, mesmo com o final previsível. Ainda assim, é válido para um fim de tarde com os filhos, sem expectativas de que você está indo assistir um dos melhores filmes de comédia do mundo.
Nota:




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