"Annabelle 3: De volta para casa" é interessante mas decepciona - DELTA | Cultura online

"Annabelle 3: De volta para casa" é interessante mas decepciona

Share This
Ficha Técnica

Data de lançamento 27 de junho de 2019 (1h 46min)
Direção: Gary Dauberman
Elenco: Vera Farmiga, Mckenna Grace, Patrick Wilson mais
Gênero Terror
Nacionalidade EUA
Título original 
Annabelle Comes Home
Distribuidor WARNER BROS.

SINÓPSE
Quando Ed (Patrick Wilson) e Lorraine Warren (Vera Farmiga) deixam sua casa durante um fim de semana, a filha do casal, a pequena Judy Warren (McKenna Grace), é deixada aos cuidados de sua babá (Madison Iseman). Mas as duas entram em perigo quando a maligna boneca Annabelle, aproveitando que os investigadores paranormais estão fora de jogo, anima os letais e aterrorizantes objetos contidos na Sala dos Artefatos dos Warren.


Curiosidades

Casa Warren
Segundo um dos roteiristas de Annabelle 3: De Volta Para Casa (2019), James Wan, o filme se passa na casa dos Warren, que foi para onde o casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) levaram a boneca Annabelle, além de ser o local onde estão todos os outros objetos.

Troca de Elenco
Em Annabelle 3: De Volta Para Casa (2019), a atriz McKenna Grace vive a personagem Judy Warren. Nos filmes anteriores, o papel era interpretado pela atriz Sterling Jerins. 

Completando a Franquia
Este será o sétimo filme que faz parte do Universo The Conjuring e o terceiro da franquia Annabelle.

Boneca Real
A boneca real Annabelle fica em Connecticut, Estados Unidos. Ela é mantida em uma vitrine protegida por vidros e avisos de atenção no Museu de Ocultismo dos Warren, o qual foi fundado pelo próprio casal.

Prequel e Continuação
Esta será uma pré-sequência e também uma continuação dos filmes da franquia do Universo The Conjuring.


Crítica



“Anabelle de volta para casa” se propõe a ser um dos filmes mais assustadores, inclusive ao utilizar de itens assombrados que trazem terrores paralelos ao da história da própria boneca. Infelizmente, o longa não cumpriu com seu objetivo - mas foi por pouco.

A fotografia escura característica de filmes de terror estão em cena na maior parte da trama, mas uma neblina exagerada é utilizada na maioria das cenas. Um recurso que tem sido bastante utilizado recentemente, vide “Cemitério Maldito” em que a neblina foi usada à exaustão e implicando no incomodo do leitor. O mesmo acontece aqui em Anabelle - como havia tanta fumaça ao redor da casa? É apenas nessa casa em específico enquanto as outras casas permanecem na normalidade? 

A história inicia explicando o ‘fenômeno’ Anabelle: ela é um canal, demônios não possuem coisas, mas pessoas. A sra. Warren encontra com muitos espíritos e percebe de pronto que a boneca atrai os fantasmas. Em um ritual simplório mas consistente, o casal Warrens benze e tranca a boneca em seu quarto de artefatos, onde ela fica devidamente trancada e supostamente protegida.

A filha do casal é apresentada, com uma profundidade psicológica que não estava sendo abordada em nenhum dos outros personagens, mas corajosa demais para a idade. Aceitem os espectadores a explicação que “é porque ela convive com o sobrenatural todos os dias por ser o trabalho de seus pais”. O bullying na escola poderia ser melhor retratado -até porque acusam seus pais de bruxaria e outras coisas, fato que crianças poderiam agir de forma mais agressiva-, visto que nas cenas em que algo aparentemente aconteceria, sempre alguém chegava e resgata a menina. 
Daniela e Annabelle
Nos é apresentado a figura da Daniela, uma adolescente sem noção e que desencadeia todas as tragédias do filme. A personagem, apesar de ter sido escolhida para também receber um maior aprofundamento psicológico e suas ações serem justificáveis pelo luto, é extremamente irritante e às vezes agia de forma que a única explicação plausível para suas atitudes era que está foi a excêntrica escapatória do roteiro para conseguir dar início ao terror propriamente dito. 

A cena da criança é interessante e consegue causar arrepios - alguém bate com agressividade na porta, e a babá que está cuidando de Judy abre e não encontra ninguém. A pessoa pergunta se Anabelle está e aparece a figura dessa criança perguntando se Annabelle pode sair para brincar. A babá diz que não tem nenhuma Annabelle na casa e a criança diz “tem sim, está logo atrás de você”. 
O mais interessante desse longa é abordar assombrações diferentes em “filmes paralelos”. Cada protagonista do filme vai sendo assustado por uma figura - a noiva, a Annabelle, o barqueiro, o Cão. Antes mesmo de o espectador se recuperar de um susto, o filme te encaminhava para outra dessas histórias e permanecia sempre em um clima tenso - apesar de que sempre que parecia que algo iria acontecer, não acontecia nada demais, os protagonistas pareciam conseguir fugir de tudo com certa facilidade e as assombrações não pareciam ter verdadeiras intenções de machucar ou possuir, porque o filme se absteve a praticamente só ficar nesse patamar mesmo. 

Finalmente alguém é possuído mas a cena é patética, a forma como descobrem que a adolescente foi possuída também beira ao ridículo. “Não é ela, eu sinto”, disse Judy, e lá se vai uma oportunidade perfeita e desperdiçada de ser uma das maiores tensões do filme - sem falar no exorcismo via slide e que a menina rapidamente volta com a roupa normal como se nada estivesse acontecido. Essa cena faz tão pouco sentido que não se sabe porque a direção e o roteiro optaram por colocar isso no longa, antes ficasse sem possessão alguma.

Mas, no fim, o filme assusta e consegue intimidar suficientemente para um filme de terror. Continua valendo a pena assistir, apesar de certas cenas incômodas ao espectador. Por outro lado, algo me faz suspeitar que Annabelle é realmente capaz de sempre entregar boas histórias.


Matérias mais lidas

Confira como está o trânsito nas principais vias da cidade

Pages