"Rocketman" é um musical sensível e consistente - DELTA | Cultura online

"Rocketman" é um musical sensível e consistente

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filme da paramount pictures estreia nos cinemas dia 30 de maio 

Em ‘Rocketman’, o público irá conhecer a intimidade de Elton John no início de sua carreira, como mostra a cena divulgada hoje pela Paramount Pictures. No trecho, Elton (Taron Egerton) perde a paciência com John Reid (Richard Madden), seu empresário e responsável por sua primeira decepção amorosa.

Dirigido por Dexter Fletcher, o longa é uma fantasia musical épica sobre a incrível história da carreira de Elton John. O filme mostra a fantástica jornada de transformação do tímido garoto e pianista prodígio Reginald Dwight no superstar internacional Elton John, uma das figuras mais icônicas da cultura pop.

Além de Taron Egerton no papel de Elton John, o elenco estrelar conta com Jamie Bell, interpretando o compositor parceiro de longa data, Bernie Taupin; Richard Madden, como o primeiro empresário de Elton, John Reid; e Bryce Dallas Howard, como a mãe de Elton, Sheila Farebrother.

Ficha Técnica:

Data de lançamento 30 de maio de 2019 (2h 01min)
Direção: Dexter Fletcher
Elenco: Taron Egerton, Jamie Bell, Richard Madden
Gêneros: Biografia, Comédia Musical
Nacionalidade: Reino Unido
Distribuidor: PARAMOUNT PICTURES
Ano de produção: 2019

Curiosidades
Voz Original - O ator e músico, Taron Egerton, usa a sua própria voz no filme.

Própria Versão - O próprio Elton John pediu que Taron Egerton, quem vive o cantor em Rocketman (2019), não o copiasse totalmente, fazendo a sua própria versão.

Paixão Pela Música- O ator Taron Egerton declarou que sempre gostou muito de cantar e atuar. Antes de viver Elton John em Rocketman (2019), ele gravou músicas para os filmes Sing: Quem Canta Seus Males Espanta (2016) e Voando Alto (2015).


Parceria - Dos filmes em que Taron Egerton trabalhou, este é o terceiro que ele terá Elton John como parceiro de equipe, sendo colaborador ou personagem. Em Sing: Quem Canta Seus Males Espanta (2016), a música "I'm Still Standing", de Elton John, foi interpretada por Egerton. Em Kingsman: O Círculo Dourado (2017), filme em que Egerton vive um dos personagens principais, Elton John é co-estrelado.


Decisão Negativa - Dentre os atores que foram selecionados para interpretar Elton John, Tom Cruise foi um deles. Porém, o próprio ator recusou.

Nome da Música - O título do filme leva o mesmo nome da canção de Elton John, Rocketman, de 1972.

Na Data Da Turnê - O filme terá a sua estreia na mesma semana em que Elton John estará trabalhando em sua turnê de aposentadoria.

Homossexualidade - Na cena em que Elton John assume para a sua mãe que é gay, eles estão assistindo a um programa na TV em que aparece o pianista Liberace. O músico também não tinha a sua homossexualidade assumida abertamente.

Pela Primeira Vez - Rocketman (2019) é o primeiro filme da Rocket Pictures em formato live-action.

Escolha da Estrela- Justin Timberlake chegou a entrar em negociações para ser a estrela de um filme biográfico de Elton John, antes de Rocketman (2019). Timberlake teria sido escolhido pelo próprio Elton John para participar de seu clipe This Train Don't Stop There Anymore (2001), retratando o cantor.
(Fonte: Adoro cinema)

Crítica (com spoilers)

Um filme forte e sensível capaz de criar verdadeira empatia pela história do personagem. O longa inicia com essa cena caricata de Elton Jhon em uma clínica de reabilitação, com um figurino excêntrico que ele vai destruindo aos poucos. Ele revela ser alcoólatra, viciado em sexo, cocaína, bulímico e tantas outras coisas. Em uma fotografia clara, iluminada e tranquila, com toda a angústia centrada na figura do protagonista, faz-se a pergunta "o que aconteceu em sua infância?".
A segunda linha do tempo é criada, pois dois filmes são contados, um com Elton adulto, em seu presente e outro com Reginald Dwight. É um filme extremamente psicológico, que está o tempo todo indicando que os bons e maus-feitos de Elton estão intrinsecamente relacionados com sua infância e como seus pais o afetaram.  
No flashback a fotografia se torna vintage e nos remete facilmente aos anos 50/60. Com uma direção artística, Elton adulto e criança se encontram e suas cores se destacam das de todos os demais. Logo, somos apresentados aos pais de Reginald, uma criança carente que apela para um abraço de seu pai que sequer dirige olhares ou palavras para o menino, com exceção de reclamações direcionadas.
A mãe também parecia pouco se importar com ele. Parecia um fardo aquela relação. Reginald então mostra possuir talento no piano e sua vó implora para levá-lo as aulas - sendo a vó, inclusive, a única figura que demonstra gostar ou, ao menos, se importar com Reginald. Enquanto seus pais pouco se importam com o desenvolvimento musical do menino, a avó o incentiva. Mas ele sofre com a falta de amor em todos seus laços que possui.
As músicas não apenas se encaixam bem na história como os clipes são caprichosamente bem produzidos. Reginald cresce e forma uma banda. Ele consegue um emprego de banda de apoio e o grupo entra em turnê. Reginald se torna Elton e conhece Bernie que se tornará seu amigo inseparável e compositor de suas músicas. A homossexualidade começa a ser tratada, Bernie descobre essa característica de Elton e amizade permanece. Entretanto a dupla ainda não conseguia criar uma obra prima, capaz de fazê-los decolar enquanto artistas. Até criarem.
Elton e Bernie fecham contrato de três álbuns e estreiam na boate Troubadour em um show épico que rendeu críticas estimáveis ao talento de Elton que logo estaria entre os mais ouvidos, não apenas no Reino Unido. Com seu talento sendo exaltado, Elton vê Bernie o trocando por uma garota em sua noite de estreia e novamente sente o peso da rejeição e a tristeza em não ser amado da forma como ele tanto anseia. 
 Estampam as notícias e Elton começa a criar seu próprio personagem com figurinos inovadores e extravagantes. Seria a forma como se vestia uma forma de chamar atenção, atenção esta nunca recebida pelos pais? Seria uma forma de matar de vez a figura de Reginald Dwight, tímido e rejeitado?
Adulto, precisa enfrentar novamente seus pais e é novamente desprezado. Assiste seu pai dando carinho para sua nova família e sua mãe declara que ele jamais será amado. Com emocional destruído, o vício em álcool e drogas aparenta ser justificado. Bernie quer voltar para casa, voltar ao que era, mas Elton já não é mais o mesmo e tem surtos que não conseguimos relacionar com o psicológico abalado ou pela utilização dos entorpecentes. 
Elton está sendo representado agora por John Reid que é seu também amante, mas que logo demonstra não sentir afeto. Seu primeiro despedaçamento amoroso parece ser a gota d'água. Assistimos ele se autodestruir, em meio a fama e fortuna. E nos compadecemos por aquela figura.
As cenas musicais são o ponto alto da trama, coloridas, cheias de avidez e criatividade. O ponto baixo é que as relações com os pais e amantes são caricaturados, fazendo-nos questionar até que momento isto se tornou um mazelo na atuação ou na direção. É um belo filme biográfico, apesar de um final quase clichê de frases prontas. Por fim, é um filme extravagante e ousado, de roteiro consistente e demasiado sensível, capaz de colocar nos traumas o motivo dos excessos de Elton Jon. E Dexter Fletcher, enquanto diretor, não cometeu os erros que cometeu em Bohemian Rhapsody. Por fim, parabéns à direção de figurino -deveras fiel- e a direção de fotografia pela entrega de um belo longa. 







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