Crítica: "Cemitério maldito" - DELTA | Cultura online

Crítica: "Cemitério maldito"

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Data de lançamento: 9 de maio de 2019 (1h 41min)
Direção: Kevin Kölsch, Dennis Widmyer
Elenco: Jason Clarke, Amy Seimetz, John Lithgow mais
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA
Título original: Pet Sematary
Distribuidor: PARAMOUNT PICTURES
Ano de produção: 2019
Tipo de filme: longa-metragem


SINOPSE E DETALHES
A família Creed se muda para uma nova casa no interior, localizada nos arredores de um antigo cemitério amaldiçoado usado para enterrar animais de estimação - mas que já foi usado para sepultamento de indígenas. Algumas coisas estranhas começam a acontecer, transformando a vida cotidiana dos moradores em um pesadelo.


CURIOSIDADES

  • Filme adaptado da obra O Cemitério, de Stephen King.
  • Selecionado como Headliner no Festival South by Southwest 2019.

CRÍTICA
contém spoilers

Um filme para refletir sobre a morte e até onde a dor pode levar alguém a cometer erros. O longa começa sombrio, com fotografia fria e nos apresenta uma casa em chamas através de um flashforward que rapidamente sai de cena, dando vez a uma família que está se mudando - em breve descobrirão que para um lugar macabro.
O longa é muito parecido com a primeira adaptação, de 1989. Algumas mudanças interessantes foram feitas - no primeiro, Jud conhece a família ao salvar Gage de um quase acidente fatal, na rodovia em que os caminhões passam rápido demais. Na nova adaptação, a mãe encontra Jud com Ellie, após a menina ter sumido, e o agradece por tê-la ajudado quando se arranhou. É muito mais fácil estabelecer uma relação de confiança entre a família e o vizinho na primeira situação.
Acontece uma espécie de ritual com crianças da cidade que enterram um animal de estimação  em uma espécie de "cemitério para Pets", próximo a casa onde essa família está se instalando. A curiosidade desperta em Ellie, a criança, motivação para descobrir mais sobre a morte, o que a faz indagar seus pais: um médico cético que acredita que a morte é o fim e a mãe traumatizada que se culpa por uma grande perda.
O assunto "perdas" se torna recorrente a partir deste momento, no filme. Jud com seu animal de estimação, a Rachel e sua irmã, Louis e Victor Pascow, Louis e Ellie. Aparentemente, todas as dores encaminham para que Louis conheça o cemitério, guiado por Jud, que particularmente, fez um excelente trabalho de atuação. Enquanto Jud "guiava" para o local místico, Pascow alertava do perigo do local.
Uma das metáforas mais interessantes, particularmente falando, foi Pascow dizendo que a terra é podre. Podridão de morte e de que a terra "não é como deveria ser".
Além do sobrenatural existente no próprio cemitério, a casa em si parece ter alguma carga negativa, visto que ao se mudar, Rachel começa a pensar muito mais no trauma que sofrera - o que não estava ocorrendo na casa antiga. O gato, posteriormente, se mostra um elemento amedrontador e de aviso: o que está morto deve permanecer assim. A terra é podre.
A explicação dada pelo roteiro é interessante, consistente: antigas tribos haviam saído do local, com medo. Haviam deixado avisos. O que peca é a quantidade de efeitos especiais, névoas e até mesmo a fotografia demasiado escura: a visibilidade do espectador fica comprometida, ansioso em ver mais do local. A primeira adaptação, por sua vez, entrega um cemitério muito mais aceitável.
Faz muito mais sentido, por sua vez, Ellie ser a personagem que morre e volta, visto que no longa de 1989, é Gage quem o faz. A criança sendo mais velha pôde dar um trabalho muito melhor de atuação. Sem contar que a cena final é de uma angústia espetacular.
É um bom filme, que te causa reflexões mais profundas que o gênero terror costuma entregar. Até onde você iria para ter de volta alguém que você ama?
Mas, às vezes, morto é melhor.



A GUINADA

Os realizadores discutem o processo que levou à grande guinada de Cemitério Maldito: agora é a irmã mais velha, Ellie, quem morre, em vez de seu irmão caçula, Gage, como na história original
“Tendo a filha mais velha da família Creed como personagem central do nosso filme, tivemos a chance de explorar os temas-chave, família e morte, de uma maneira mais profunda. E o fato de Ellie ser mais velha que o irmão permitiu que os outros personagens interagissem com ela de uma forma que não seria possível no caso de uma criança pequena” – afirmam os diretores de Cemitério Maldito
Dennis Widmyer [Codiretor]: “Essa mudança estava no roteiro quando nós assumimos o projeto, e logo de cara dava para ver que era uma das coisas mais inteligentes da narrativa. Era algo novo e com frescor, mas também preservava completamente a essência do livro”.
Lorenzo di Bonaventura [Produtor]: “Tive a sorte de trabalhar em cerca de 80 adaptações de livros e graphic novels. E acho que o segredo de qualquer sucesso é que se você tratar aquilo literalmente você se dá mal porque parece algo velho e estático. Mas se você faz modificações demais perde a essência daquilo. É isso que determina a fronteira ideal”.
Kevin Kolsch [Codiretor]: “Você precisa se certificar de que está fazendo mudanças pelas razões certas, não apenas para provocar impacto. E mudar o foco para Ellie faz sentido total na história”.
Dennis Widmyer [Codirector]: “Totalmente. Uma das coisas que curtimos no livro é que Ellie é quem sempre está fazendo as perguntas. Ela quer saber do gato que morreu certo dia, formula essas questões difíceis. Então, parecia o mais acertado escolher sua personagem, devolver esses questionamentos para seu pai, fechar essas discussões anteriores. Parecia uma maneira adequada de conectar os temas”.
Lorenzo di Bonaventura [Produtor]: “É como quando adaptamos Harry Potter na época em que eu estava na Warner Brothers. Antes de fazer o filme, tratavam o livro como se fosse a Bíblia ou algo do gênero. Aquelas coisas tipo ‘Você não pode mudar uma palavra!’. E nós fizemos umas alterações importantes. Ninguém percebe porque
fizemos aquilo dentro do espírito do livro. O lance é pegar o que o livro está tentando dizer, não tentar mudar o tom, o ritmo e a perspectiva, e ao mesmo tempo fazer aquela narrativa se desenvolver”.

O DIA DO RENASCIMENTO

Cemitério Maldito, o romance que Stephen King já achou muito assustador para publicação, fez 35 anos. Para comemorar a data, eis aqui 16 fatos matadores:
1. Cemitério Maldito foi publicado pela primeira vez em 14 de novembro de 1983.
2. Foi produzida uma tiragem recorde de 700 mil cópias.
3. O livro passou 32 semanas na lista de mais vendidos do New York Times.
4. Àquela altura, em 1983, Stephen King já tinha merecido mais adaptações literárias para o cinema que Charles Dickens.
5. Ironicamente, considerando que Cemitério Maldito foi seu maior sucesso até aquele momento, Stephen King originalmente não queria que o livro fosse publicado.
6. Depois de escrever o livro, escondeu o romance em uma gaveta durante três anos, porque ele disse que era muito horripilante para ver a luz do dia.
7. King só aceitou publicar o livro quando foi persuadido pela esposa, Tabitha, para usá-lo como forma de cumprir uma exigência de contrato.
8. A razão da sua reticência era que se tratava de seu romance mais pessoal até então, inspirado pelo ano que sua família passou em Orrington, Maine, enquanto King dava aula em sua antiga universidade.
9. Lá, a casa que os King alugaram ficava colada a uma estrada tão movimentada que as crianças locais fizeram seu próprio cemitério de animais para os bichos que eram vitimados nela.
10. A ideia de Cemitério Maldito veio de uma experiência pessoal, quando o gato da filha de King, Smucky, foi morto na estrada ao lado da casa. Mais tarde outro caminhão quase matou Owen, o filho de 2 anos do escritor, na mesma estrada.
11. “Se as coisas tivessem se passado de outra forma, por apenas cinco segundos teríamos perdido um de nossos filhos”, disse King, em 1983, sobre o momento em que agarrou Owen instantes antes de ele correr em direção à estrada.
12. Não por acaso, o livro é uma criação muito pessoal para King. Durante anos, ele mantinha só três suvenires de filmes adaptados de suas obras: uma placa com REDRUM escrito à mão, de O Iluminado, uma cadeira do diretor, de À Espera de um Milagre, e um tapete, de Cemitério Maldito.
13. O romance tem vários fãs famosos. Dee Dee Ramone escreveu a cancão ‘Pet Sematary’, dos Ramones, depois de ler o livro no porão de King.
14. O livro é visto por alguns como irmão-siamês de It: A Coisa, já que as duas obras são histórias ambientadas no Maine e que tratam da perda da inocência infantil.
15. O roteirista e os diretores da nova adaptação são fãs inveterados de King. Para eles, Cemitério Maldito é seu melhor livro de todos os tempos.
16. O produtor do novo filme, Lorenzo di Bonaventura, já supervisionou mais de 80 adaptações antes desta, incluindo outra baseada em um livro de Stephen King, 1408.

O LEGADO

Trazer Cemitério Maldito às telas envolveu quatro criadores assombrados por suas obras há décadas
Lorenzo di Bonaventura [Produtor]:
“Para mim, grande parte do horror com que eu me deparo [no meu trabalho como produtor] não é psicológico. E é nisso que me interesso. A razão pelo qual estou nessa agora [o filme baseado no livro de Stephen King] é porque o tema envolve algo que não é horror, o laço emocional entre um adulto e seus filhos. Aquela pergunta: ‘Até onde você iria para ver de novo seu filho?’. Ou então: ‘O que faria para proteger seu filho?’. É por isso que Stephen King escreveu Cemitério Maldito e não entregou ao editor dele por três anos. Porque ele estava muito aterrorizado com aquilo. E eu ainda acho o livro profundamente aterrorizante hoje. É primitivo”.
Dennis Widmyer [Codiretor]:
“Stephen King foi um desses caras, como [J.R.R.] Tolkien, que eu comecei a ler com 11 ou 12 anos de idade. Eu já tinha lido muitos de seus livros até essa época, mas eu evitava Cemitério Maldito porque me lembrava do verso da edição de capa mole, que dizia: ‘O romance mais assustador já escrito por ele!’. Eu tinha um gato e algo ali sempre me apavorou. Havia algo de diferente em Cemitério Maldito. Tive uma reação muito marcante a ele. Aquele se destacava. Parecia mais arriscado que seus outros livros. E era bem autobiográfico, sabe?”.
Kevin Kolsch [Codiretor]:
“It: A Coisa [o filme recente baseado na obra de King] fez as pessoas se lembrarem que Stephen King não escreve só excelente ficção, como também faz horror literário. E o filme tem respeito pelo material, com seu tratamento de horror refinado em vez de algo apelativo. É o que estamos fazendo aqui também. O objetivo é fazer as pessoas pensarem. Criar um filme que vai assustar adolescentes porque tem sobrenatural e personagens clássicos como Pascow e Zelda. Mas também vai assustar seus pais por conta das coisas que acontece. Cemitério Maldito sempre funcionou bem nessas duas camadas”.
Mark Vahradian [Produtor]:
“Cresci amando Stephen King e horror. Agora isso evoluiu para outra coisa. O gênero parece incorporar novos aspectos constantemente, como a comédia. Sempre há uma evolução. E isso pode ser visto aqui. Cemitério Maldito não é como It: A Coisa, não tem um alienígena ou um palhaço nesse filme. Não é uma história conduzida por crianças. Estamos trabalhando há oito anos, talvez mais, nessa nossa encarnação da história. Sempre foi algo difícil de viabilizar porque é uma narrativa muito sombria. Acho que as pessoas temem isso. Mas é o que faz dela algo tão poderoso”.

MAINE, A ATRAÇÃO

Seis razões por que Cemitério Maldito é um irmão espiritual de It: A Coisa, 
o sucesso monstruoso de 2017

1. Cemitério Maldito e It: A Coisa são duas das obras mais cultuadas de Stephen King, nascidas de sua explosão criativa numa era que está vivendo agora um surto revisionista: os anos 1980.
2. Os dois romances tratam da perda da inocência juvenil e são ambientados no estado natal de King, o Maine. Fora da ficção, King mora em Bangor, Maine. A cidade fictícia de Derry é o cenário de It: A Coisa. Em Cemitério Maldito, a família Creed comete o erro fatal de se mudar para a cidade fictícia de Ludlow, para supostamente ter uma vida mais calma.
3. Assim como Pennywise atormenta Derry, a Ludlow de Cemitério Maldito vive à sombra de uma manifestação terrível e malévola: Wendigo, uma presença demoníaca que habita o interior das matas.
4. “Não há nenhum alienígena ou palhaço no nosso filme”, afirma o produtor Mark Vahradian, referindo-se às comparações com It: A Coisa. “E essa não é uma história conduzida por crianças. É bem diferente, mas o que tem em comum é que é uma versão elaborada, inteligente e madura de um clássico de Stephen King”.
5. Os dois livros exerceram uma atração sinistra sobre uma geração de realizadores que leram as histórias quando crianças e ficaram aterrorizados. De Guillermo del Toro até o diretor de It: A Coisa, Andy Muschietti, vários deles já cogitaram fazer uma versão de Cemitério Maldito ao longo dos anos.
6. Por falar em Muschietti: “A maneira como ele tratou [a concepção de] It: A Coisa com certeza reabriu portas. Por isso, somos muito gratos a Muschietti”, diz Dennis Widmyer, um dos diretores de Cemitério Maldito. “Stephen King já passou por outros renascimentos. Atravessou um nos anos 70, outro no meio dos nos 80, nos anos 90 nem tanto. Mas acho que o filme de Muschietti lembrou as pessoas de que o cara é um grande criador de horror literário. Ele tem respeito pelo material, com seu tratamento de horror refinado em vez de algo apelativo. Acho que foi isso que abriu os olhos as pessoas”.

O GATO

Nove fatos de matar sobre as estrelas felinas de Cemitério Maldito...
1. Havia ao todo seis gatos usados no fundamental papel de Church, o animal que inicia a descida de Cemitério Maldito em direção ao inferno.
2. “Na verdade mesmo, foram dois gatos que fizeram grande parte do trabalho”, conta o codiretor Dennis Widmyer. “E obviamente você acha que está vendo um só gato no filme. Os gatos são bons nesse nível”.
3. Esses dois gatos talentosos específicos são chamados Tonic e Leo.
4. O parceiro de direção de Widmyer, Kevin Kolsch, diz que ter os gatos no set foi uma forma de terapia para eles. “Nós dois somos ligados aos gatos e temos vários em casa. Estávamos filmando longe de casa, então foi bom tê-los por lá”
5. Church, o gato, é baseado em Smucky, gato de Naomi, filha de Stephen King, que foi atropelado perto da casa deles e serviu como uma das inspirações para escrever Cemitério Maldito.
6. Kevin Kolsch revela que, apesar de serem gatos artistas de cinema, não houve nenhum comportamento de diva no set do filme. “Eles se comportaram muito melhor que meus gatos”, observa.
7. Isso não significa que todo mundo adorou. Amy Seimetz, que vive Rachel Creed, é alérgica a gatos, por isso precisou tomar comprimidos antialérgicos constantemente, apenas para sobreviver às cenas com eles.
8. Para Amy, sua alergia a gatos pode ser a explicação para o fato de que seu primeiro livro de Stephen King foi Cujo, “só porque fala de um cachorro”.
9. “Tenho fascínio por gatos”, diz ela. “Pelo simples motivo de eles serem sacanas, venham eles do mundo dos mortos ou não. Eu atraio os gatos porque não posso tocar neles. Então, passo a impressão de indiferença, claro que eles querem chegar e sentar no meu colo. Acho que eles sentem que meus olhos vão inchar se eu tocar neles, então não me deixam em paz. É esse lado sádico que provoca a atração deles. Com certeza é esse componente sacana”.

AS LOCAÇÕES

Bem-vindo às sete principais locações de Cemitério Maldito, de Dennis Widmyer e Kevin Kolsch – uma aula magna de cenografia sombria e detalhismo lúgubre que eleva a adaptação deles de Stephen King ao patamar de filme de terror mais esperado de 2019
O cemitério de animais
● Como no romance de Stephen King, no filme o cemitério de animais tem uma placa feita por uma criança há muitos anos, com um erro ortográfico (sematary em vez de cemetery), para marcar sua entrada.
● Dentro desse espaço há uma série de círculos concêntricos de cerca de 80 túmulos feitos por crianças, que parecem cada vez mais antigos e gastos quanto mais se avança para o centro.
● Em um detalhe sinistro, mas belo, o cemitério de animais do filme conta com uma série de lápides dedicadas aos bichos de estimação da infância do elenco e equipe, para fazer conjunto com as lápides descritas no livro.
● “Queríamos dar um toque pessoal, fazer aquilo parecer uma parte de todos nós”, afirma o diretor Dennis Widmeyer. “O diabo mora nos detalhes, né?”
● Como homenagem, Smucky (o gato da família King) ganha sua própria lápide no filme.
A casa dos Creed
● A exemplo de muitos romances de Stephen King, como Carrie, It: A coisa e Salem, Cemitério Maldito se passa no Maine. Para os realizadores, era crucial encontrar uma locação que não tivesse só a aparência como também a atmosfera do Maine.
● “Isso era muito importante para a gente”, diz Mark Vahradian. “Na casa dos Creed, queríamos algo que você encontraria no Maine – uma determinada arquitetura”
● Vão se mudar para a casa: Louis e Rachel Creed (Jason Clarke and Amy Seimetz), seus dois filhos, Ellie (vivida por Jete Laurence) e Gage (interpretado pelos gêmeos Hugo e Lucas Lavoie) e o gato de Ellie, Church (encarnado por nada menos que seis terríveis felinos).
● E, como um bônus inacreditável e inquietante, a locação encontrada pela produção foi uma fazenda em Montreal – um lugar que tinha até seu próprio cemitério de animais nos fundos.
A casa dos Crandall
● “Calhou de encontrarmos a casa de Jud no fim da mesma rua. Literalmente a uns 500 metros de distância [da casa dos Creed]”, conta Vahradian. “É uma situação realmente inusitada, já que grande parte da filmagem é aqui, nessa locação”
● Como no romance, Jud – aqui interpretado pelo lendário John Lithgow – viveu nessa casa a vida toda, durante muitos anos com sua agora falecida esposa, Norma.
● Dentro da casa de fachada branca consumida pelo tempo, ficam pedaços das porcelanas de Norma e uma pilha de revistas velhas. Do lado de fora, há uma varanda perfeita para um bate papo.
● Em uma das cenas de Lithgow na varanda com Louis Creed (Jason Clarke), ele diz que a relação deles tem uma dinâmica de pai e filho que é como um jogo de xadrez emocional.
A estrada
● “Enquanto procurávamos locações para as casas, também sabíamos que íamos precisar de algo com uma estrada na frente” conta Vahradian. “Porque a história passa por lá…”
● A inspiração aterrorizante para Cemitério Maldito pipocou na mente de Stephen King em 1979, quando o gato de sua filha Naomi, Smucky, foi atropelado na estrada em frente à casa alugada deles.
● Logo depois, King precisou salvar seu filho de dois anos, Owen, de um destino semelhante, segurando o bebê cinco segundos antes de ele ser atingido por um caminhão-tanque na mesma estrada. Não por acaso o livro depois de escrito assustou tanto o escritor.
● Owen agora tem 41 anos e é escritor – como seu pai, mãe, irmã e irmão mais velho, Joe Hill.
A floresta
● Enquanto pesquisava locações para o filme, a equipe percorreu todo tipo de lugar, da Nova Zelândia a Atlanta, Louisiana, Connecticut, Toronto e Vancouver. Mas nenhum deles tinha o tipo de árvore ideal.
● A casa dos Creed, no livro e filme, conta com uma floresta densa nos fundos. Cruzando aquelas árvores você se depara com o cemitério de animais escondido.
● “Queríamos essa sensação de que as árvores estavam invadindo a casa, tentando entrar nela”, conta Vahradian. “Um dos temas importantes e complexos [do filme] é a natureza. As pessoas que saem da cidade em direção ao campo, na intenção de levar uma vida bucólica – que é um sonho de muitos – mas não necessariamente compreendendo o poder da natureza. Os perigos da natureza”.
● No trailer dá para ver bem tanto a floresta quanto esse tema, na forma de crianças mascaradas que se embrenham pelo caminho na mata para alcançar o cemitério que está à espreita, e talvez chegar à força malévola logo ali.
A clareira
● Para o produtor Lorenzo di Bonaventura, o que acontece uma vez que você cruza a clareira foi o ingrediente decisivo para mostrar que Widmyer e Kolsch eram os diretores perfeitos. “A clareira é o início de uma sequência bem sinistra e psicologicamente desafiadora. Pensei neles como um diferencial enorme”, afirma.
● O filme que o fez chegar a essa conclusão foi Starry Eyes, o retrato selvagem da ambição e da crueldade de Hollywood feito por Widmyer e Kolsch. “É irônico”, diz Kolsch, “que esse filme tenha sido o que levou a gente a ser chamado para as reuniões!”.
● No romance de King e nesta adaptação, a clareira é a fronteira que, quando cruzada, nada volta a ser o mesmo.
● “Uma vez que você atravessa aquilo”, explica di Bonaventura, “as coisas começam a ficar estranhas e sinistras. Uma coisa que eu amo em Starry Eyes é que Dennis e Kevin mergulharam nesse aspecto surreal do terror.
O antigo cemitério
● Para Widmyer e Kolsch – que são dois fãs inveterados de Stephen King – a jornada até o antigo cemitério no livro é o capítulo mais incrível que o autor já escreveu na carreira.
● “Nossa concepção era: ‘Temos que fazer disso uma sequência altamente elaborada do nosso filme’”, lembra Widmyer. “Será um dos grandes destaques da adaptação”
● O antigo cemitério tem como acesso uma escada oculta escavada no rochedo da montanha, que conduz a um platô acima das árvores. Para acessar os degraus, a pessoa precisa passar pelo habitat do terrível Wendigo.
● Wendigo é um demônio ancestral que perambula à caça pelas matas e florestas há milhares de anos. Supostamente já foi responsável por muitos massacres e mortes humanas.





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