Apesar do Sistema Ari de Sá já ter me surpreendido negativamente com exercícios problemáticos, este livro foi um contato cultural muito importante para mim. Quem me conhece sabe que estou passando pela minha transição capilar, portanto este foi um ano em que tive muito contato com padrões de beleza e sua relação com o racismo. Concomitantemente, para adentrar significativamente no assunto racismo, a leitura desse livro, na minha concepção, foi no mínimo necessária.
Deixarei a ficha técnica do livro em foto. Iniciando com uma visão geral, começa-se a desconstruir aquelas ideias de "pobreza absoluta pós imperialismo, não sobrando portanto, nada cultural a apresentar". Após contextualizar, adentra em regiões específicas com detalhamento (história, povos, economia, religiões, colonização, consequências e a configuração local atualmente).
É posto também a escravidão africana, antes da conhecida por nós - que desencadeou-se a partir do século XV com as expansões marítimas. Refiro-me a escravidão de africanos para com africanos. Da ênfase também às colonizações portuguesas e como Portugal se comportou perante essas colônias e o tráfico negreiro. Fala do século XIX, com as descolonização e os respectivos processos de independência dos países Africanos (alguns só alcançaram a sua, inclusive, a poucas décadas). Por fim fala da África do Sul e o apartheid, fechando com os conflitos da África atual. Nós, brasileiros, filhos de africanos, deveríamos ter leituras como essas para entender de fato o significado de dívida histórica e a exclusão, dentro e fora da África.
O livro é imprescindível também porque muitos, assim como eu não conhecia antes dessa leitura, a história de muitos povos africanos antes da chegada dos Europeus. Suas religiões, a proximidade com algumas das crenças dos nossos índios, e ter contato (pelo menos um pouco) com uma cultura que foi tão significante na formação do meu estado, onde é explícito a relação de suas raízes com África. Há exercícios gabaritados no final do livro e uma entrevista com um doutor em Ciências Humanas e em Etnologia, fechando com chave de ouro, a ligação atual e economia entre Brasil e África. Achei a leitura cansativa, já que era marcante e informacional, não sendo portanto, descontraída. Por fim, concluo que superou minhas expectativas. Quem estiver para fazer vestibular, eu acho que está é uma leitura com muito a lhe acrescentar.
Este é o momento da despedida.
Beijo, Brenda.
Este é o momento da despedida.
Beijo, Brenda.








