a imagem consta os novos direitos da empregada doméstica, esse texto foi escrito anteriormente, com base na regulamentação de 2012.
O trabalho doméstico só recebeu regulamentação (CLT) em 2012, sendo até esse momento, uma profissão sem acesso a muitos direitos e, infelizmente, influenciada por sua herança escravagista. Com os direitos previstos na CLT -apesar de ainda precisar de determinadas regulamentações-, houve uma crescente procura pela substituição das empregadas pelo trabalho informal de diaristas, pondo em pauta a questão da valorização da profissão da empregada doméstica.
Apesar do fim da escravidão, muitas mulheres negras continuaram a ser submetidas a afazeres diversos na casa grande, o que permutaria na futura profissão de empregada doméstica e sua má condição econômica e social, como analisa a historiadora Lorena Telles, em sua pesquisa. Com essa herança escravagista, a profissão permaneceu por muito tempo com baixos salários (só com a pec foi garantido, por exemplo, salários nunca inferiores ao mínimo). Vale destacar, pautado na análise da historiadora, que as empregadas sofriam -e ainda sofrem- a exploração; sendo, muitas vezes, submetidas ao capricho dos patrões.Com a regulamentação, houve um crescimento na substituição da empregada doméstica pela diarista (a qual não é preciso pagar salário mínimo e assinar carteira, privando dos direitos trabalhistas). Com as demissões arbitrárias, entrou em voga a necessidade de acrescentar a pec a proteção contra demissão arbitrária ou sem justa causa. Portanto, com esses subterfúgios, percebe-se uma resistência para assumir a empregada doméstica como verdadeira profissão e para deixar de priva-las dos direitos previstos na lei.
O trabalho doméstico, então, continua sendo uma profissão desvalorizada, em suma, executado por mulheres e ainda é claro o quão precisa de regulamentação em determinados aspectos. A CLT de 2012 ainda não assegura FGTS (e sua multa), seguro contra acidentes, seguro-desemprego, adicional noturno, auxílio creche e salário família, comprovando a importância de continuar o reconhecimento de empregada doméstica como profissão, de fato.
Portanto, cabe ao governo garantir as compensações e proteger as empregadas domésticas da demissão arbitrária ou sem justa causa, garantindo o encerramento das trocas por diaristas e de explorações sob ameaça de eminente demissão. É necessária, também, a conscientização para a causa social, pelo meio do governo federal e do terceiro setor, com intuito de remover a herança escravagista da profissão e aumentando a diversidade de trabalhadores, já que atualmente nota-se uma maioria feminina e negra, estando interligada também a questões econômicas, atentando-se pra necessidade da ascensão social e econômica da mulher negra -principalmente.








