Cerâmica baiana - DELTA | Cultura online
A Bahia é nacional e internacionalmente conhecida sobretudo por sua culinária, músicas, praias e festas.  Entretanto, a identidade Baiana é profundamente marcada também pelas esculturas feitas em barro, a qual uma comunidade inteira, por exemplo, tira seu sustento e cultura característicos. A comunidade a qual me refiro é Maragogipinho, situado na cidade de Aratuípe, na Bahia. Encontra-se próximo à Nazaré das Farinhas onde ocorre as feiras dos Caxixis, artesanato tradicional de Maragogipinho.
“Maragogipinho fica localizado na cidade de aratuípe – ba e conta com dezenas de olarias às margens do rio jaguaripe, fabricando diariamente. Destaca-se também como pólo produtor de cerâmica figurativa e religiosa, que vai sendo passada de pai para filho. O distrito esteve entre os 10 classificados ao prêmio unesco de artesanato para a américa latina e caribe 2004, em que recebeu uma menção honrosa a de “maior centro cerâmico da américa latina”  Cris Leão, 2012.
Nas dezenas de Oligarias (local destinado à produção de objetos que utilizam o barro ou argila como matéria-prima), a produção é feita quase durante todo o dia e é passado de pai para filho. Muitas das famílias dormem no período oposto no mesmo espaço em que produzem. Infelizmente é uma comunidade em suma sem muito poder aquisitivo, trazendo inclusive a arte típica de outros estados, como tentativa de atender às pressões do mercado financeiro.
“Lá são produzidas peças de barro inconfundíveis, utilitárias ou decorativas, com acabamento avermelhado e desenhos bem característicos. A tradição, os conhecimentos e as técnicas foram transmitidos por diversas gerações. Ainda hoje na região, onde vivem cerca de dois mil habitantes, as olarias são a principal fonte de renda de aproximadamente 95% das famílias, o que demonstra a força e grande importância dessa atividade(...) ao todo chegam a ser produzidas 18 mil peças por mês, que são distribuídas para diversos estados em todas as regiões do país.” Larissa Pampolha, 2016.
Dentro das Oligarias, ainda, é possivel constatar várias peças encaixadas uma em cima da outra, em vários metros quadrados de estantes com artesanatos. É visível também o forno, local destinado à cozir o barro ou argila. Em pesquisa, constatei na técnica de manuseio do barro, três modos típicos de modelar: “1) Modelagem de mão - técnica manual e mais primitiva, onde as peças são construídas com o uso de rolos, placas ou bolas de argila, sendo alisadas e umedecidas com as próprias mãos. Modelagem com as mãos era a técnica usada por povos primitivos e usados, na atualidade, por artesões e índios. 2) Modelada em torno - utiliza-se da primeira tecnologia desenvolvida pelos oleiros: o torno e seus acessórios. 3) Modelagem por drenagem ou o uso de moldes - técnica usual na fabricação em série de produtos de cerâmica, utilizando-se de moldes para a confecção do produto final.”
As condições de trabalho são precárias, não utilizam os equipamentos de proteção individuais recomendados, como luvas, botas capacetes ou equipamentos de proteção coletiva, tornando-se grande a lista de problemas para os trabalhadores, como: deformidades nos dedos, varizes, problemas respiratórios, irritação nos olhos causados pela exposição direta à fumaça, escoliosescifoses, perda auditiva, dermatose, problemas de pele, lesão por esforço repetitivo, entre outros.
“Outro risco em potencial nas velhas olarias é para com o meio ambiente, podendo as olarias ocasionar desastres ambientais ou contribuir na poluição da região. Locais como os barreiros (local de extração da argila) e os pátios de armazenamento da matéria-prima, o processo fabril e o cozimento do produto em antigos fornos a lenha ou em fornos sem equipamentos adequados (de tratamento e filtro do ar) podem trazer sanções penais e administrativas aos proprietários, além de causar um impacto ambiental para a comunidade em geral.Fonte: Wikipedia
A TVBrasil produziu uma série nomeada “Artesãos da cultura baiana”. No Episódio ‘modelando a tradição’, de apenas 26 minutos, mostra-se as oligarias, o forno, a argila pré-cozimento, e alguns artesãos que vão contando sua rotina,  história e processo de criação. Nessa mesma série há episódios da cultura artesanal em outras cidades Baianas como Itabuna, Recôncavo, Santa Maria, Rio das Contas, Paulo Afonso, Santa terezina, Lençois, Coqueiros, Cachoeira, Valente, Porto Sauípe e outras.
Em 2013 o site da Globo noticiou que a Feira dos Caxixis, em Nazaré das Farinhas, comemorou mais de 300 anos de tradição. Afirmou também que a feira é um atrativo de compras para turistas de todo o mundo.

Onde encontrar artesanato na Bahia
·         Artesanato Indígena: Abaré, Banzaê, Euclides da Cunha, Glória, Ilhéus, Pau Brasil, Porto Seguro, Paulo Afonso, Ribeira do Pombal, Rodelas e Santa Cruz Cabrália.  
·         Artesanato Mineral: Andaraí, Bom Jesus da Lapa, Brumado, Campo Formoso, Caetité, Iraquara, Lençóis, Lauro de Freitas, Morro do Chapéu, Macaúbas e Salvador.  
·         Bordado: Aporá, Dário Meira, Camaçari, Guanambi, Inhambupe, Itaberaba, Morro do Chapéu, Nova Soure, Retirolândia, Rio de Contas e Salvador.  
·         Cerâmica: Andorinha, Aratuípe, Barra, Belmonte, Cachoeira, Caetité, Condeúba, Feira de Santana, Ibitiara, Ibirataia, Irará, Itabuna, Itagi, Itiúba, Lençóis, Livramento, Macaúbas, Maragojipe (Coqueiros), Monte Santo, Rio de Contas, Rio Real, Rio de Antônio, Seabra e Salvador.  
·         Cestaria e Trançado: Araci, Barreiras, Cairu, Camaçari, Cipó, Conceição do Coité, Entre Rios, Iaçu, Irará, Itiúba, Jaguariri, Laje, Mata de São João, Nova Fátima, Salvador, Santa Brígida, Saubara, Seabra, Valente, Vera Cruz, Entre Rios (Massarandupió, Porto de Sauípe), Mata de São João (Diogo, Curralinho, V. Sauípe) e Vera Cruz (Jiribatuba). Couro: Ipirá, Feira de Santana e Tucano.
·         Instrumentos Musicais: Salvador e Simões Filho.
·         Madeira: Bom Jesus da Lapa, Cachoeira, Dário Meira, Feira de Santana, Gandu, Jaguaquara, Jaguarari, Juazeiro, Laje, Nova Viçosa, Paramirim, Rio de Contas, Salvador, Santa Brígida, Santa Maria da Vitória e Valença.
·         Metal: Canavieiras, Lençóis, Rio de Contas e Salvador.
·         Releitura de Materiais: Andaraí, Catu, Dário Meira, Itaparica, Itaquara, Juazeiro, Maraú, Morro do Chapéu, Nova Soure, Salvador e Santa Cruz Cabrália.
·         Renda: Paulo Afonso, Salvador (Ilha de Maré) e Saubara.
·         Tecelagem: Cipó, Guanambi, Nova Soure, Paramirim, Paulo Afonso, Ribeira do Amparo, Rodelas, Salvador e Simões Filho.
·         A arte de Maragojipinho O artesanato é o ponto forte desse pequeno vilarejo. A produção de cerâmica, conhecida como das mais bonitas da região, chega de 700 a 1.200 caxixis – cestos entrelaçados, preenchidos com pequenas contas, conchas, pedras ou feijões – por dia. Talhas, porrões, moringas, louças diversas e objetos de decoração, feitos em torno manual e assados em forno, também artesanal, mantêm viva a tradição de confeccionar peças em barro. Quem quiser visitar as olarias, elas se localizam à margem do rio Jaguaripe, entrecortado por manguezais.
Fonte: Bahia.com
   

 

Referências:

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