A maldição da chorona é capaz de assustar e fazer rir - DELTA | Cultura online

A maldição da chorona é capaz de assustar e fazer rir

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Detalhes técnicos

Data de lançamento: 18 de abril de 2019 (1h 34min)
Direção: Michael Chaves
Elenco: Linda Cardellini, Raymond Cruz, Patricia Velasquez 
Gênero: Terror
Nacionalidade: EUA
Título original: The Curse of La Llorona
Distribuidor: WARNER BROS.
Ano de produção: 2019
Tipo de filme: longa-metragem

Selecionado como Headliner no Festival South by Southwest 2019.

SINOPSE 

Não recomendado para menores de 14 anos
Na Los Angeles da década de 1970, uma assistente social criando seus dois filhos sozinha depois de ser deixada viúva começa a ver semelhanças entre um caso que está investigando e a entidade sobrenatural La Llorona. A lenda conta que, em vida, La Llorona afogou seus filhos e depois se jogou no rio, se debulhando em lágrimas. Agora ela chora eternamente, capturando outras crianças para substituir os filhos.

CRÍTICA

Os atuais longas de gênero terror enfrentam uma importante problemática: entreter o público e surpreendê-lo, apesar da dificuldade de produzir algo diferente do já produzido até então. A chorona entrega um roteiro diferente, baseado em uma lenda existente e que consegue entregar sustos eficazes.
O mito diz que a mulher, antes, era a mais bonita de um vilarejo no México e se apaixonou perdidamente por um homem que, após o casamento, a trai. Em um ataque de ciúmes, ela afoga os filhos no Rio, em uma tentativa de atingir o homem que amava. Quando percebeu o que fez, se mata nas mesmas águas. Agora vive vagando pelo mundo, buscando crianças para substituir os filhos dela.
O início do filme mostra a chorona matando seus filhos e posteriormente a família que será assombrada. A figura materna nesta família, tenta conciliar seu trabalho e as atribuições em casa, após o pai de seus filhos ter morrido. Uma mãe que deixa seus filhos pequenos, a maior parte do tempo sozinhos em casa, é assistente social e, por ironia, tenta cuidar de crianças em situação de vulnerabilidade, sem sequer conseguir cuidar dos próprios filhos dela.
A fotografia do filme, até o momento, é predominantemente de tons escuros, maior parte do filme se passa à noite. Em um de seus casos, é o primeiro momento que essa mãe entra em contato com a figura da chorona. As crianças do caso estão cheias de marcas e dizem que foi uma mulher, mas que não fora sua mãe. A assistente social os resgata apesar das súplicas da mulher em dizer que eles precisavam ser protegidos. 
A chorona encontra e marca os filhos da assistente social. Seu toque queima. Sua maquiagem exagerada, cabelos longos pretos e mãos acinzentadas recordam automaticamente a figura de Samara (O chamado, 2003). Inclusive, a figura e efeitos especiais da entidade poderiam ter sido melhor conduzidos, inclusive para melhorar a eficácia dos sustos - que deixam a desejar nos últimos momentos do longa. 
Um dos elementos mais interessantes do filme, no quesito roteiro, é a presença de um vilão para além da entidade. Patrícia, a mulher do caso em que a assistente social resgata os filhos, é um elemento chave para que a chorona encontre os filhos da protagonista. Uma explicação mais plausível que a Chorona ficar "pulando de criança em criança". 
Por fim, uma das melhores figuras aparece, que se trata do ex-padre, agora denominado de "Curandeiro". Além de trazer riso para o longa, o padre nos apresenta diversos rituais de limpeza e proteção, em que os efeitos especiais são caprichados e o roteiro convence. É, simplesmente, interessante observar os elementos ritualísticos sendo dispostos, ensinando a família como tentar se livrar da assombração. 

Aviso de spoiler

A morte de chorona não convence, parecendo tudo fácil demais. Os sustos, têm uma incrível trilhas  sonoras mas há uma extrema demora da entidade em conseguir matar as crianças, como se estivesse permitindo que elas escapassem. Talvez, o filme teria sido mais eficiente se a entidade tivesse conseguido matar pelo menos uma das crianças. 
No fim, a figura do Rafael conseguiu salvar o filme que, sem o padre, seria igual a todos os últimos filmes de terror com assombrações demoníacas. Mas como não é, o longa consegue entreter, assustar e tirar umas risadas. 




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