Resenha: Lady Bird - A hora de voar - DELTA | Cultura online

Resenha: Lady Bird - A hora de voar

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A primeira produção dirigida por Greta Gerwig, com estreia marcada para o dia 15 de fevereiro, concorre a cinco categorias no Oscar e vencedor de dois globos de ouro. 
O longa se passa, inicialmente, em 2002 e a fotografia, mais especificamente as cores do filme, contribui para passar uma impressão de filme "velho" ou "vintage". 
O início do filme apresenta a figura da mãe e da Lady Bird e, desde o início, o espectador é levado a se identificar com uma das duas. Logo no início, Lady Bird salta do carro em movimento, mostrando sua natureza impulsiva e a vontade de sair dali, de fugir das discussões com a mãe. Outros personagens são apresentados, o irmão da lady bird que é empacotador (tratado o tempo todo como sem perspectiva de ascensão em alguma carreira), sua amiga que não tem muita perspectiva de futuro (pensa em fazer um curso técnico ou algo assim). Apenas Cristhine (Lady Bird) sonha em sair dali, fazer faculdade, voar, como indica o nome que ela própria se deu. 
Apesar de estudar em um colégio católico, alguns momentos mostram que Lady Bird e sua amiga não estão tão imersas na religião, comendo hóstias como biscoitos. O filme é divertido e parece ser a história da vida de uma garota no fim do seu ensino médio, com problemas comuns com sua mãe e com relacionamentos. Existe uma discrepância entre o relacionamento tortuoso com a mãe e o relacionamento carinhoso que tem com o pai. É interessante, também, a relação dela com a cidade que, inicialmente, ela mostrava detestar, mas tanto na carta para a universidade, como na ligação com a mãe, ela demonstra que há uma relação de amor existente ali. 
Como muitas espectadores que podem se identificar com a protagonista, é apresentada a dificuldade dela em matemática e também mostra ela se interessando por Dany, um garoto do teatro, eles começam a se relacionar. 
Outra trama comum, inclusive em muitos filmes é abordado, Lady Bird começa a andar com a menina popular e bonita que foi apresentada no inicio e, por consequência, acaba se afastando de sua grande amiga que passou quase todo o filme ao seu lado. 
Ao se interessar pelo cara da banda a mudou em alguma coisa, ela tenta impressionar ele. Existe a trama ao redor de sua primeira experiência sexual e sobre querer que seja especial. No baile, entretanto, ela parece "voltar a ser ela mesma" quando finalmente ela diz o que quer, sobre querer ir para o baile e querer ver Julie, sua melhor amiga. 
No filme, sempre que ela fala que quer ir pra longe, para Nova York, há expressa a questão do medo do terrorismo, do descontentamento da guerra (perceptível no personagem de Kyle), principalmente porque a história se passa perto do onze de setembro. 
Ela começa a trabalhar, passa no exame de direção. Ela passa na faculdade em Nova York, vão atras de um financiamento, porque com o pai desempregado, estão com dificuldades financeiras. A mãe não fala mais com ela. A menina, apesar das dificuldades financeiras da família, tem sede de liberdadem vontade de voar e finalmente, entra no avião. 
Ela vai pra Nova York, bebe em uma festa, acorda no hospital. Descobre que é domingo, entra em uma igreja e se emociona.Ela liga pra mãe e fala que se emocionou ao dirigir pela primeira vez em sacramento. Que a ama e agradece. Após muitas brigas com a mãe, ela reconhece todas essas coisas. No final ela reconhece que seu nome é Cristhine, e que é um nome bonito. Finalmente ela reconhece tudo que a mãe fez por ela. Apesar da linha do tempo ser um pouco confusa, às vezes mostrando dias e posteriormente passam-se meses, sendo que nem sempre fica claro, o filme é um fabuloso trabalho de amadurecimento, de necessidade de liberdade, do incontentamento de quem nasceu pro mundo.

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