Crítica: Tartarugas até lá embaixo - DELTA | Cultura online

Crítica: Tartarugas até lá embaixo

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Ano: 2017 
Páginas: 256
Autor: John Green
Editora: Intrínseca
Classificação: ✩✩✩

Sinopse:
Depois de seis anos, milhões de livros vendidos, dois filmes de sucesso e uma legião de fãs apaixonados ao redor do mundo, John Green, autor do inesquecível A culpa é das estrelas, lança o mais pessoal de todos os seus romances: Tartarugas até lá embaixo.

A história acompanha a jornada de Aza Holmes, uma menina de 16 anos que sai em busca de um bilionário misteriosamente desaparecido – quem encontrá-lo receberá uma polpuda recompensa em dinheiro – enquanto lida com o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). 

Repleto de referências da vida do autor – entre elas, a tão marcada paixão pela cultura pop e o TOC, transtorno mental que o afeta desde a infância -, Tartarugas até lá embaixo tem tudo o que fez de John Green um dos mais queridos autores contemporâneos. Um livro incrível, recheado de frases sublinháveis, que fala de amizades duradouras e reencontros inesperados, fan-fics de Star Wars e – por que não? – peculiares répteis neozelandeses. 

Crítica

Um livro que apesar de pesado, por motivos de sua protagonista estar o tempo todo pensando e tendo que passar pelas dificuldades de sua doença, acaba sendo uma leitura fácil e rápida (eu particularmente li o livro todo em 3 horas e meia). 
A história por pouco não me convenceu - apesar da recompensa, ela e sua amiga saírem em busca de uma recompensa, apenas porque Aza conhece o filho do desaparecido não me pareceu um bom ponto de partida. 
Sabe-se que Green também sofre do mesmo TOC e, neste livro que ele também reflete seus pensamentos conflitantes e desconexos, acaba, às vezes, não agradando o leitor com a movimentação muito grande de textos apaixonados, citações, fanfics de "Star Wars" e os próprios (muitos) pensamentos de Aza. 
O livro possui, ainda, muitos recursos para agradar, em geral, adolescentes. Desde referências à internet, até citações de sagas de sucesso (mais comum entre os adolescentes), este é um livro para se penalizar e, até mesmo, causar reflexão e as pessoas descobrirem como se sente alguém que tem TOC. Assim como em "A culpa é das estrelas", o final também surpreende o leitor, que a todo tempo estava shippando Aza e Davis - o que também ocorre com Hazel e Augustus. 
Apesar de tudo, não sempre Aza agrada, tendo os leitores que concordar com sua amiga, que em certos momentos, mostra como é difícil conviver com ela. Para um público mais adulto, que não se sente forçado a estabelecer uma empatia com a protagonista, a história acaba por ser um pouco fraca e não prende muito: o desaparecimento do bilionário não parece que vai ser resolvido (e só o é por acaso), a tirada dos répteis que ficam com sua herança não convence os leitores, a amizade das duas quase não se justifica e o relacionamento (bem construído no livro, por sinal) pareceu um recurso estilístico para poder acrescentar textos tumblrs e encher mais páginas. Não se enganem: é uma boa leitura de fim-de-noite, mas o que não deixa de ser uma decepção para quem conhece e gosta dos outros livros do John Green. 

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