Salvador até promove cultura, mas população pouco adere

Investimento em cultura foi uma das bandeiras mais levantadas nas campanhas eleitorais à prefeitura de Salvador, no ano de 2016. Alice Portugal, candidata, diz que “culturura de raiz” está abandonada na cidade. Durante debate na record, no dia 25 de setembro, a política afirmou que daria prioridade à cultura, caso vencesse.

“A Prefeitura investiu, ao longo de 2015, R$11 milhões no estímulo à cultura em Salvador através da Fundação Gregório de Mattos (FGM).”, de acordo com a agência de notícias da Prefeitura Municipal de Salvador. Para 2016, a estimativa superava a casa dos R$18 milhões. Segundo o presidente da FGM, Fernando Guerreiro,  a fundação voltou a ser reconhecida como grande gestor cultural.

Através dos dados da Secretaria de Cultura de Salvador, evidenciou-se o fato de “entre os mecanismos de fomento previstos pela Lei, destinados a projetos e atividades culturais realizados por pessoas físicas e jurídicas de direito privado no estado da Bahia, destacam-se o Fundo de Cultura da Bahia (FCBA) e o Fazcultura.”

“mas a cultura não pode depender apenas desses estímulos, e sim, estar atrelada a um reconhecimento, por parte de toda a sociedade, de que isso é um dever social e uma necessidade para o desenvolvimento cultural do Brasil”. Disse o bibliófilo e empresário José Mindlin, um dos fundadores da Metal Leve na década de 50, sobre investimentos privados em cultura.

O fato é, existem muitos espaços culturais em Salvador, porém quando não envolve música ou feiras gastronômicas, maior parte da população não adere. Há espaços culturais inclusive que declararam, nos últimos anos, dívidas ou risco de fechar, como é o caso da “crise de salas de arte”, dentre os ameaçados estão o Cinema do Museu, na Vitória, e o Cinema Paseo, Itaigara. Seguranças sem receber salário, em 2016, também paralisaram suas atividades, impossibilitando o funcionamento de Museus, no Pelourinho.

“os museus de Salvador não são considerados pelos entrevistados como uma opção de lazer e entretenimento, nem mesmo cultural. O público desconhece a existência da maioria dos museus locais, conseqüentemente, são poucos os museus visitados” De acordo com o artigo do mestre em Cultura e Sociedade pela FACOM da UFBA, Archimedes Ribas Amazonas. Ele fez uma análise junto ao público universitário, com dados coletados através de um questionário. “Os museus brasileiros sofrem com a escassez de recursos, e isto se reflete na falta de conservação dos acervos, na manutenção das reservas técnicas – espaços destinados à guarda dos acervos que não se encontram em exposição – quando existem, na precariedade das ações educativas, na falta de capacitação de pessoal, na quase impossibilidade da divulgação das exposições e principalmente na comunicação das próprias instituições.” Completou.

Um exemplo da pouca aderência dos soteropolitanos foi a Arena Consórcio Honda, a qual trouxe o primeiro cinema ao ar livre para a capital baiana. Com capacidade para 400 pessoas, as sessões não atigiaram se quer a metade da expectativa.

Sobre a valorização da cultura, há ainda a polêmica em relação aos Orixás localizados em espaços públicos de Salvador. “A Bahia está cheia dessa exposição”, disse o político Pastor Elionai Muralha (PRTB) de mesmo partido do Candidato à Prefeitura de Salvador, em 2016, Rogério Tadeu da Luz.

A iniciativa de mapear a cultura, disponível em “mapa.cultural.gov.br” já demarcou mais de 900 projetos culturais em todo território baiano e desses, 306 são em Salvador. São 44 somente no bairro de Nazaré, 30 na região do comércio e 26 entre a Vitória e a Barra. Há outros projetos ainda no site: http://www.cultura.ba.gov.br/arquivos/File/Base_de_dados_Pontos_de_Cultura_BA.pdf

Os espaços culturais, muitos gratuitos, mesmo os com maior notariedade, não são de conhecimento de grande parte da população. Dentre eles está a Espaço Caixa Cultural (Centro), Teatro Gamboa Nova (Aflitos), Arquivo Público do Estado da Bahia (Baixa de Quintas), Casa da Música (Parque Metropolitano do Abaeté), Centro Cultural Plataforma (Plataforma), Cine Teatro Solar Boa Vista (Engenho Velho de Brotas), Espaço Cultural Alagados (Uruguai), Museu de Arte da Bahia (Vitória).
Há também o Museu de Arte Moderna da Bahia (Comércio), Palacete das Artes (Graça), Palácio da Aclamação (Campo Grande), Teatro Castro Alves (Campo Grande), Teatro Sesi Rio Vermelho (Rio Vermelho), Concha Acústica, Teatro Sesc Casa do Comércio, Teatro ISBA (Ondina), Teatro da UNEB (Cabula), B-23 Lounge Music Bar (Itaigara), Wet N’ Wild (Paralela), Dubliners Irish Pub (Rio Vermelho), Senai Cimatec (Avenida Orlando Gomes), Dubliners Irish Pub (Rio Vermelho), Trapiche Barnabé (Comércio).

Só no Pelorinho encontra-se Centro Cultural Solar Ferrão, Largo Pedro Archanjo, Largo quincas Berro D’água, Largo tereza Batista, Museu Tempostal, Museu Abelardo Rodrigues, Museu Udo Knoff de Azulejaria e Cerâmica, Teatro Sesc.

Entre as bibliotecas, está: Anísio Teixeira (Pelourinho), Biblioteca de Extensão (Barris), Biblioteca Pública do Estado da Bahia e Espaço Xisto (Barris), Biblioteca Pública Thales de Azevedo (Costa Azul).

Festas de Salvador

2 DE JULHO

FESTA AO SENHOR BOM JESUS DOS NAVEGANTES

FESTA DA LAPINHA - REIS

FESTA DE ITAPUÃ

FESTA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DA PRAIA

FESTA DE SANTA BÁRBARA/IANSÃ

FESTA DE SANTA LUZIA

FESTA DO BONFIM

FESTA DO RIO VERMELHO - IEMANJÁ

SEGUNDA-FEIRA GORDA DA RIBEIRA

É possível  ir a eventos anuais que celebram cultura geek, pop e até festivais de Cultura Japonesa, é o caso dos eventos Gamepolitan, Anipolitan, Bon Odori, dentre outros. As feiras da cidade, itinerante, reúne lazer e alimentação. Outro evento anual é o Festivão de Verão, com grandes atrações brasileira e internacionais. Esses eventos por sua vez, alcança um maior público.

Por fim, há também os Parques de Pituaçu, Costa Azul, Largo do retiro, do Abaeté, das dunas, Jardim dos namorados, de Lazer na Boca do Rio e o Parque da cidade.