Direção: Alexander Payne
Roteiro: Alexander Payne e Jim Taylor
Elenco: Matt Damon, Christoph Waltz, Hong Chau
Gênero: Comédia / Drama / Ficção Científica
Nacionalidade: EUA
Classificação: ✩✩✩
Sinopse:Pequena Grande Vida imagina o que acontece, como uma solução para a superpopulação, quando cientistas noruegueses descobrem como encolher os humanos para 13 cm de altura e propõem uma transição global ao longo de 200 anos do grande para o pequeno. As pessoas logo percebem o quanto o dinheiro dura mais em um mundo miniaturizado e, com a promessa de uma vida melhor, o homem comum Paul Safranek (Matt Damon) e sua esposa Audrey (Kristen Wiig) decidem abandonar suas vidas estressadas em Omaha, Estados Unidos, para se tornarem pequenos e se mudarem para uma nova comunidade em miniatura – uma escolha que dá início a aventuras que mudam suas vidas.
Crítica:
Pequena Grande Vida é um filme que o espectador, principalmente após assistir o trailer, espera por um longa engraçado e descontraído, mas, ao contrário, o filme aborda questões e angústias mais profundas que o esperado. A fotografia do filme, inicialmente, traz boas passagens, das informações percorrendo o mundo até chegar no protagonista, que a ouve rapidamente. Logo no início, um dos diálogos impacta o espectador: A mulher, com fibromialgia (doença que causa muitas dores) questiona a preocupação dos humanos em conhecer o espaço, mas não em melhorar a dor dela. Por um momento, não sabe-se mais se o gênero do filme é comédia ou se tenta empreender um drama.
A direção foi muito competente em fazer o espectador sentir a angustia do personagem - sua infelicidade, incompletude, falta de dinheiro e condições para recomeçar e comprar uma nova casa. A solução parece "cair no colo" do protagonista que, em pouco tempo, percebe haver mais vantagens em ficar pequeno que as desvantagens, mesmo estando claro que ele e sua esposa estão amedrontados e precisam fazer sacrifícios.
Começa a ficar evidente que, se no roteiro havia uma trama bem desenvolvida, na adaptação pareceu haver várias interrupções para tentar quase que forçar reflexões sobre a sociedade em que vivemos. A ideia da obra parecia ser um conceito simples: cientista descobrem como encolher humanos o que solucionaria diversos problemas do excesso populacional, como a superprodução de lixo. Trazendo algumas das características da ficção científica, a produção de efeitos visuais foi muito competente: era incrível assistir desde as pessoas em miniatura até os objetos gigantes. A fotografia também foi muito feliz em demonstrar a pequenez e levar a imersão neste novo mundo apresentado.
Neste momento, o espectador já está imerso, sentindo as mesmas frustrações que Paul Safranek (Matt Damon) e é com a decisão do casal que a história parece se desenvolver, apesar de esbarrar em alguns obstáculos. Ao se desprender da comédia e tentar, quase desesperadamente, se agarrar a um emocional, a trama começa a se tornar previsível. O começo apresentou muito a ser esperado, mas na ânsia de explorar o conceito daquele mundo novo que foi apresentado, alguns elementos foram "jogados" no espectador e não foram bem explorados. No fim, não sabíamos se a intenção do filme era divertir, causar reflexão, emocionar ou discutir a principal questão levantada (preservação da vida). Mas, não se sabe se a história se perdeu no roteiro que tentou não se desprender da ideia inicial e, infelizmente, não logrou as expectativas de quem assiste.
mais informações:
Dirigido por Alexander Payne, Pequena Grande Vida (Downsizing, USA, 2017) chega aos cinemas no dia 22 de fevereiro, com Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, Django Livre), na pele do festeiro e mercenário Dusan Mirkovic. Confira nova cena do longa em que Dusan faz um pedido especial a Paul Safranek (Matt Damon).
É graças a Dusan que Paul tem a chance de apertar o botão de reset da sua vida outra vez, depois de passar pelo processo de encolhimento e se mudar para Lazerlândia. Dirigido por Alexander Payne, Pequena Grande Vida também traz no elenco a indicada ao Globo de Ouro, Hong Chau (Vício Inerente, Big Little Lies) e Kristen Wiig (Perdido em Marte, Missão Madrinha de Casamento). O diretor, reconhecido pela profundidade e capacidade de humanização de personagens, fala sobre a premissa de sua história. Confira o vídeo aqui.
