Crítica: Os farofeiros - DELTA | Cultura online

Crítica: Os farofeiros

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Elenco: Maurício Manfrini, Cacau Protásio, Danielle Winits
Direção: Roberto Santucci
Gênero: Comédia
Classificação: 12 anos
Data de lançamento: 08/03/2018
Trailer: aqui
Classificação: ✩✩✩
Sinopse: Quatro famílias de classe média baixa acabam numa cilada ao alugar uma casa de praia.

Crítica 

Os personagens são apresentados, é possível reconhecer estereótipos claros em cada um e, no meio de toda gritaria, tentam fazer com que o espectador se identifique com aquelas situações e estereótipos. 
Renata é nervosa e a considerada mais "chique", a que mais se sente infeliz ao ver a situação da casa caindo aos pedaços. Jussara não quer "dar mole" para Renata e muitas das discussões são pautadas com elas duas. O marido da Renata precisa demitir um dos colegas de trabalho, Lima parece ser alguém besta que sempre mete os outros em enrascada, considerado o líder, enquanto Diguinho é sensível, sente saudade da família e acaba encontrando uma namorada muito mais jovem, que por sua vez é inicialmente hipersexualizada. As crianças praticamente não tem profundidade psicológica no longa, com exceção da mais velha que é desejada e Pitoco que é o mais travesso.
Renata se acha superior entre os outros, em determinado momento os chama de "gentalha".
É interessante Jussara falando que o nome do filho é Enzo e Renata falando que "é nome de menino italiano e pitoco tem cara de tudo, menos de italiano". Mas essa abordagem é jogada e não mais retomada, assim como muitas das cenas engraçadas, as piadas são lançadas mas não são necessárias para as próximas cenas, não possuindo valor para a narração, se assemelhando com uma desculpa para ser engraçado. O mesmo ocorre na cena da piscina, que é bastante engraçada, faz referência explícita ao filme "O chamado", mas a cena é completamente esquecida no quadro seguinte e esperamos alguma briga ou pedido de satisfação, mas a cena foi esquecida como se a não houvesse ocorrido nada. 
Várias pessoas falando alto no filme, as vezes fica confuso de entender tudo ao mesmo tempo. A trilha sonora de sambinhas contribuem para o clima de viagem, churrasco, férias. Entretanto, a desnivelação dos áudios, várias vezes, incomodam o espectador. 
As crianças perturbam os pais e eles frequentam problemas na casa como o chuveiro dando choque. É engraçado porque parece uma situação que qualquer um que está sentado ali, assistindo, poderia passar, mas a trama em si beira é um pouco pobre, sendo a narração da criança sobre sua história de férias um elemento clichê. 
Um dos elementos interessantes foi mostrar "o outro lado da moeda", com a apresentação do personagem  Adonis. O Adonis foi uma boa tirada, porque não tem só a sexualização da Elen, namorada do Diguinho e os maridos encaram suas mulheres e filha babando pelo personagem, da mesma forma como eles ficaram pela namorada do Diguinho. 
No momento do cinema falam com o espectador e mostram que sempre as pessoas se identificam com alguém. Uma tirada interessante, alá Machado de Assis, isso de falar com o espectador. Mas qual o sentido de dizer que filme brasileiro só tem besteira e palavrões e logo em seguida mostrar que naquele filme também tem? Auto-crítica ou seria uma banalização radical dos filmes brasileiros com intuito apenas de ser engraçado?
É bonita a cena do ano novo apesar de ser o único momento em que exploram uma personalidade mais profunda dos personagens. Nesse momento começa a haver uma sensibilização do espectador. Os erros de gravação são engraçados.

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