Resenha: Em busca de Fellini - DELTA | Cultura online

Ficha técnica:

Data de lançamento: 7 de dezembro de 2017 
Elenco: Ksenia Solo, Maria Bello, Mary Lynn
Rajskub, Lorenzo Balducci, Andrea Osvart
Título original: In Search of Fellini
Tipo de filme: longa-metragem
Distribuidor: Cineart Filmes
Direção: Taron Lexton
Classificação: 14 anos
Países: EUA/Itália
Duração: 103 min
Gênero Drama


Sinopse
Lucy (Ksenia Solo) completa 20 anos como uma jovem extremamente tímida, grudada na mãe (Maria Bello), que pouco sai de casa e descobre uma paixão ao conhecer os clássicos do diretor Federico Fellini. A grande oportunidade de sair do mundo da fantasia em que sempre viveu se dá numa viagem de autodescoberta à Itália, onde ela visita cenários de seus filmes favoritos.

Resenha
Baseado em história real, o filme começa com cores quentes e a sonora propõe suspense. As rápidas imagens demonstram que Lucy estava sonhando, o que mais tarde será emblemático porque os sonhos são fator essencial para o enredo do filme. 
Começaram a apresentar as irmãs e como Lucy entrou na história, filha de Claire. Essa apresentação explica as interferências de Claire na vida de filha e demonstram superproteção e manipulação. 
O longa-metragem inicia explorando que viver no mundo dos sonhos e fantasias pode ser ruim, perigoso, principalmente quando há alteração nas situações, que exigem malícia para serem contornados. Lucy sequer sabia sair de casa sozinha.
Com a primeira revira-volta de sua vida, Lucy encontra o festival de filme fellini e o resto do filme se encaminha para seu achamento. Com frases como "O visionário é o verdadeiro realista", de Fellini, o filme muda de ângulo. Talvez sonhar seja algo positivo ao invés de perigoso. 
A direção sonora, até o momento, de músicas clássicas combina com o filme e com seu aspecto sonhador. O elemento semiótico do olho fascinado, com a pupila dilatada, como uma tela negra e a alusão às telas de cinema e televisão também são bem pensadas.
Lucy começa a ficar estranha, o que marca seu início em um novo caminho. 
A viagem acontece, a palheta de cores muda completamente na Itália, que é muito mais quente, que as cores frias que representam sua mãe na América. A sonora Italiana combina com os dois filmes em paralelo, o que está acontecendo na Itália e nos EUA. O resto do longa permanece trabalhando os filmes em paralelo, cada um com sua palheta de cores específicas. As cores na Itália varia entre o laranja e vermelho que indica exótico e paixão.   
Ao ir junto com Sylvia e Robert, parece que ela está em um novo sonho. A sonora muda para mais divertida, e eles vão a locais onde bebem e conversam. "Os filmes precisam entrar em você como os sonhos". Ela vai para outros lugares com os atores, e parece cada vez mais que ela não está mais no Real. Parecia que ela vivia um espetáculo, o espetáculo do Real. Começa o que pareceria uma "bela confusão".
O sonho parece se transformar em pesadelo, o vermelho violento invade a palheta de cores e a música angústia. Ela aparece dormindo, não se sabe onde é como chegou ali. Depois nota-se que ela dormiu em cima de uma cova.
Ela encontra a varanda de Romeu e Julieta, onde conhece um homem misterioso, Pietro, parece ter voltado a sonhar e eles começam a se conhecer. Ele também acredita que a vida é seguir seus sonhos. Após conhecer lindos locais da Itália, ela vai para casa de Pietro onde parece seus sonhos estão sendo consumados, igual ao desenho que ela fez e sua mãe encontrou. Ela percebe que atingiu seus objetivos, falados pelo vendedor da loja de doces assim que ela chegou na Itália: coma, beba, se apaixone. Ela mostra a lista de tarefa cumprida: comi, bebi e me apaixonei. A lista de sonhos realizados.
Ela está em Verona e Felini quer vê-la. Ela sente que precisa ir ver Fellini e Pierro diz que Lucy é a Fellini dele. Outra frase emblemática. 
O homem grande a faz entrar para ir Veneza, que também parece um vínculo com o Irreal. ela não conseguiu ir para Roma e o assessor do diretor a repreende porque perdeu o encontro. Fellini deixa um recado dizendo que o que ela procura está lá, que às vezes precisamos ir longe para perceber o que está do nosso lado. 
A tia de Lucy percebe que o que Felini faz é arte, pois representa o humano no ápice de sua humanidade, representa a realidade, mas a Claire desaprova, não gosta dos filmes dele, e não entende a "arte" a qual a irma e Lucy se referem. Os filmes paralelos parecem ter influência um no outro, a mãe assiste alguém cantando e Placido e Lucy ouvem alguém cantar. 
Ela vai a um baile de máscaras com Placido, que a faz parecer entrar em outra confusão entre sonho e realidade. Não parece real, ela aparenta estar assustada. Não se trata mais de um sonho, mas um pesadelo. O espectador fica tão angustiado quanto ela. Cenas forte se sucedem, difíceis de digerir, até porque a trama já está mudando.   
Felini é o maestro da ilusão. Ela escuta que tudo tem um propósito, até uma pedra. Entregam para ela o endereço de Felini em Roma. As coisas vão passando por seus olhos, enquanto ela está de carona para ir a Roma, ao encontro de Felini. Outra forma de tela, outro caminho em busca ao sonho. 
O final da trama não contarei por motivos de spoiler, mas o final impressiona e mostra que o longa-metragem surpreende, principalmente a temática de sonhos e de correr atrás deles, alá La La Land. O importante é que a trama funciona bem, é um trabalho positivo e agradável de assistir. No fim,  percebemos que tudo tem um propósito, até a pedra, até mesmo ela.
Observações
‘Em busca de Fellini’ estreia nesta quinta-feira. Premiado no Festival de Ferrara deste ano, na Itália, como Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Atriz, estreia 07 de Dezembro nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Cotia, Curitiba, Florianópolis, Maceió, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Filme é inspirado numa história real.

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